O último dos meus 20 anos!
Eu queria tanto, que aos 25 parecia que eu não tinha conseguido nada, então eu não me permiti ser grata por tudo o que eu já tinha conquistado, parecia tão pouco se comparado ao que os outros tinham. Comparações.
Como elas são não nocivas, isso eu também aprendi no caminho. A gente acaba querendo viver a nossa vida pra que ela seja tão boa quanto a dos outros, mas em algum momento a gente percebe que nossa a vida não tem que ser boa como a dos outros, ela tem que ser boa pra gente do nosso jeito, agora que jeito é esse eu ainda não descobri.
Logo eu que me apaixono tão fácil, aos 27 eu já tinha entrado pro clube dos corações partidos, alguns eu mesma parti e aprendi muito com todas as experiências. Eu não vou dizer nunca, só pra não pagar a minha língua, mas eu aprendi que a gente não deve iniciar uma relação por medo de perder alguém, aprendi que morar junto é uma das coisas mais difíceis que existem, que é necessário ouvir a intuição e enxergar tudo que está na nossa frente.
Teve um momento em que eu desisti de viver, e essa foi a fase mais difícil, é escuro, é pesado, é sufocante e angustiante, só de pensar em voltar pra lá e voltar a sentir o que eu senti naquela época eu fico assustada. A única coisa que me manteve aqui, foi a consciência de que eu não queria causar dor as pessoas que eu mais amo.
Ai eu recebi um telegrama, e não era ninguém de Aracaju, nem era o Serasa, que foi a primeira coisa que eu pensei quando vi o carteiro, era a convocação de um concurso que eu tinha sido aprovada e classificada como a última da lista do cadastro de reserva, foi um alívio, foi exatamente o que eu precisava no momento em que eu mais precisava.
Dai pra frente foi um trabalho de reconstrução diária, eu entendi que eu precisava ser gentil comigo mesma e em algum momento dessa jornada eu finalmente me encontrei e fiz as pazes com a pessoa que eu sou. Com o corpo que eu sempre odiei e tive vergonha, as vezes a gente ainda tem um conflito ou outro, mas ai eu para me olho no espelho e digo, esse é o meu corpo, então eu preciso aprender a gostar dele, nem sempre funciona.
29 anos... Eu tenho saudade de quando a minha maior preocupação era qual filme ia passar no sábado animado, mas é a vida. Hoje eu posso dizer que eu sou grata por tudo o que eu conquistei, pela pessoa que eu me tornei e principalmente por todas as pessoas maravilhosas que me ajudaram a chegar até aqui , que fazem eu perceber o quanto eu ainda preciso melhorar e me influenciam a tentar ser melhor.
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